Polícia

Seis meses sem justiça: família protesta por morte de jovem em ação policial

Manifestação cobrou celeridade no julgamento dos PMs acusados de matar Gabriel Lincoln, de 16 anos, em Palmeira dos Índios

Por Lucas França com Tribuna Hoje 03/11/2025 14h57
Seis meses sem justiça: família protesta por morte de jovem em ação policial
Gabriel Lincoln Pereira da Silva - Foto: Divulgação

Seis meses após a morte de Gabriel Lincoln, de 16 anos, familiares e amigos realizaram um protesto, na sexta-feira (1º), em Maceió, para cobrar agilidade no julgamento dos policiais militares envolvidos no caso. O adolescente morreu em 3 de maio, após ser atingido por um tiro nas costas durante uma perseguição policial no município de Palmeira dos Índios, no Agreste de Alagoas.

De acordo com testemunhas, Gabriel se assustou ao ser abordado e acelerou a motocicleta que pilotava, momento em que os policiais iniciaram a perseguição — registrada em vídeos que circularam nas redes sociais. A ação terminou de forma trágica com o disparo fatal.

“Queremos justiça”


Durante o ato, o pai do adolescente, Ciro Pereira, pediu que o processo tenha andamento e que o caso não seja esquecido.

“Estamos lutando há seis meses para que algo seja feito. Queremos justiça e que o julgamento aconteça logo. Meu filho merece uma resposta”, declarou, emocionado, em entrevista à emissora de TV local.

A família reforçou que o protesto tem o objetivo de chamar atenção das autoridades e garantir que o caso receba prioridade no Judiciário alagoano.

A Justiça determinou o afastamento preventivo dos três policiais militares investigados, que respondem por homicídio, fraude processual e abuso de autoridade. O processo segue em tramitação e aguarda a conclusão de diligências.

Segundo o advogado de defesa dos PMs, Raimundo Palmeira, o caso está “seguindo o curso normal dentro dos prazos legais”.

“A Justiça já determinou a citação dos acusados para apresentarem resposta à denúncia. O processo segue com as etapas previstas — audiências, alegações finais e decisão do juiz”, explicou.

O laudo pericial confirmou que Gabriel Lincoln morreu em decorrência de um tiro pelas costas, resultado que reforça a versão da família sobre o uso desproporcional da força na abordagem.

Enquanto o processo avança, familiares seguem mobilizados para manter viva a memória do adolescente e cobrar responsabilização.

“Hoje é um dia doloroso, mas também de resistência. Vamos continuar lutando até o fim para que Lincoln tenha justiça”, disse um parente durante o protesto.